Quem somos

O planeta Terra está em constante transformação desde que surgiu a aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Assim, os ecossistemas que observamos hoje são resultado de interação de todos os elementos que compõem o sistema terrestre desde seu surgimento. Dessa forma, por exemplo, antes do soerguimento da cordilheira dos Andes, pouca umidade era canalizada e por isso havia muitas regiões alagadas na região oeste do que hoje conhecemos como bacia Amazônica (Fig. 1).

Fig. 1 – Sistema Pebas, caracterizando áreas alagadas, a oeste da Amazônia, antes do soerguimento completo dos Andes. Em verde, regiões baixas (lowlands); em vermelho, regiões altas (alpine); em amarelo, regiões montanhosas; em azul, lagos e regiões costeiras. Fonte: Hoorn et al., 2010, Science.

Com o soerguimento completo dos Andes, houve as regiões alagadas associadas ao Sistema Pebas foram escoadas para nordeste, em direção ao oceano Atlântico, transformando a paisagem para uma configuração próxima da que observamos atualmente (Fig. 2). A cordilheira dos Andes proporcionou um maior armazenamento umidade trazida do oceano Atlântico pelos ventos alísios, fornecendo água suficiente para que as florestas tropicais da Amazônia se formassem e se mantivessem.

Fig. 2 – Configuração da bacia Amazônica semelhante a que vemos atualmente. Fonte: Hoorn et al., 2010, Science.

Assim como esse processo deu-se na América do Sul tropical, muitos outros ocorreram ao redor de todo o planeta. Com o aparecimento dos humanos, outras interações começaram a ocorrer para modificar os ecossistemas e as paisagens até chegarmos nos dias atuais.

Considerando as atuais interações entre humanos e o ambiente natural, ou seja de sistemas sócio-ecológicos, quais são os riscos a que estamos submetidos, e qual a nossa capacidade de persistir no tempo e no espaço? Esta é a pergunta que guia os estudos realizados neste grupo em diferentes escalas temporais e espaciais, quantificando riscos, vulnerabilidades e a resiliência de tais sistemas.

Para tanto, o grupo IpES conta com uma equipe bastante interdisciplinar, com ecólogos, matemáticos, físicos, meteorologistas e cientistas sociais. Estamos abertes a todes aqueles que se reconhecem como entusiastas, buscando compreender e investigar as interações e mecanismos que provocam mudanças e transformações no planeta, bem como propor soluções para um futuro mais justo e harmônico. 

Missões Principais: 

  • Construir e promover um ambiente e cultura integrados e interdisciplinares para resolver os problemas planetários atuais;
  • Treinar e capacitar cientistas brasileiros, promovendo diversidade geográfica, cultural, de gênero e de mentalidade;
  • Reunir conhecimentos tradicionais e científicos para desenvolver as abordagens conceituais usadas entre os membros do grupo;
  • Sintetizar e avançar o conhecimento sobre interações clima-vegetação-humano, mecanismos de feedback e resiliência, conectando estudos de escalas locais a globais;
  • Avançar o conhecimento científico sobre avaliação de riscos e quantificação de resiliência para avaliar a dinâmica de possíveis mudanças na cobertura do solo, vegetação e ambientes humanos.

Equipe

Mario Arthur Favretto

Sou biólogo formado pela Universidade do Oeste de Santa Catarina – campus de Joaçaba (2010), com especialização em Gestão Ambiental pela Universidade Católica Dom Bosco (2014) e mestrado em Ecologia e Conservação pela Universidade Federal do Paraná (2016). Atualmente, sou doutorando em Ecologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde desenvolvo a pesquisa intitulada “Impactos da conectividade sistêmica na resiliência dos ecossistemas Amazônicos frente às mudanças ambientais globais”. Tenho experiência em pesquisas nas áreas de Interações Ecológicas Planta-Animal, Ornitologia, Entomologia, Herpetologia, Seleção de Habitat, identificação de Orquídeas e Bromélias e sou autor e co-autor de livros e artigos nas grandes áreas de Zoologia e Botânica. Durante o trabalho de conclusão de curso de graduação realizei estudo das interações planta-animal, realizando a identificação de bromélias e beija-flores visitantes de suas flores, além da entomofauna presente nestes vegetais. Durante a especialização estudei a avifauna em diferentes fitofisionomias sob influência de um empreendimento hidrelétrico. No mestrado estudei a restrição de ocorrência e sazonalidade de duas espécies de aves, assim como a seleção de habitat destas espécies, por meio de estudos de fitossociológicos em suas áreas de ocorrência e não ocorrência. No ano de 2018 desenvolvi o conceito de ponto de equilíbrio ecológico de Bornschein-Reinert por meio de estudos de brejos salinos subtropicais, juntamente com seu respectivo índice de equilíbrio ecológico. Também fui codescobridor e codescritor de duas espécies novas de ácaros parasitas de insetos. Possuo ampla experiência na realização de levantamentos e inventários de fauna e realizo estas atividades desde minha iniciação científica, tendo auxiliado no licenciamento ambiental de loteamentos, usinas hidrelétricas e usinas eólicas. Entre 2012 e 2019 atuei na Vigilância Sanitária (chefe de setor de 2017 a 2019) da Prefeitura Municipal de Campos Novos (SC) realizando ações de educação e fiscalização de atividades relacionadas com a prestação de serviços ou comercialização de produtos que possam gerar riscos à saúde pública. Neste período também estive envolvido em projetos de criação e regulamentação de leis de Vigilância Sanitária no referido município, além de ter participado de comissões de sindicância e processo administrativo disciplinar. Atualmente sou Técnico de Laboratório / Biologia na Universidade Federal de Santa Catarina, campus de Florianópolis. No ano de 2021 dei início a publicação de uma série de livros sobre aves do Brasil, com o primeiro volume abordando as ordens Rheiformes a Psittaciformes, visando disponibilizar em livre acesso a maior quantidade possível de informações sobre esses animais. O segundo volume foi publicado em 2023 abordando a ordem Passeriformes.

Ex-membros